sábado, 22 de setembro de 2012

Será o hipertexto um novo espaço da escrita?

Será o hipertexto um novo espaço da escrita?

O termo hipertexto foi cunhado por Theodor H. Nelson nos anos 1960 e foi pensado para uma nova tecnologia informática. Caracteriza-se por ser  um texto não-sequencial, que  deixa o leitor livre para “seguir” seu próprio caminho de leitura. 



Esses “nexos” são um modo de ligar um texto a outro, podendo ser parte dele mesmo  (mais a frente ou mais atrás) ou um texto externo. Essa técnica é aplicada também na literatura, mas talvez sua versão mais “popular” esteja na internet com os chamados hiperlinks, que ligam uma página da internet à outra. Outra variante bastante aplicada é a hipermídia ou mídias sobrepostas, que é a ligação entre mídias diferentes: imagens, textos, vídeos, som, hiperlinks e hipertextos. 
Esse novo tipo de texto foi considerado revolucionário, pois, não há um início ou um fim demarcado, tornando o texto não-linear e não-sequencial, uma  vez que quem escolhe por onde começar e terminar é o próprio leitor. Essa possibilidade, potencializada pelas ferramentas da internet, dá ao leitor a condição de reatividade, uma vez 
que é ele quem “faz” o texto final, indo de nó em nó de acordo com sua experiência de vida e seus interesses específicos.  O fim, para o leitor, é quando ele encerra a leitura. O início (para  o leitor, pelo menos) é por onde ele começou a leitura, independentemente se for ou não por onde o autor começou a escrever o texto.  



Isso muda a relação de “hierarquia” existente entre leitor e o autor existente na mídia  impressa, onde o escritor indicava o caminho e o leitor seguia sua linearidade.




Hipertextualidade, multimidialidade e interatividade: três características que distinguem o Jornalismo Online
Maria José Baldessar, Thomas Michel Antunes, Gabriel Luis Rosa (Universidade Federal de Santa Catarina)


Quais são os desafios dessa nova forma de escrever?
Em que medida o hipertexto afeta os papéis de autor e leitor?
Qual o futuro do texto tradicional em relação ao hipertexto?

O hipertexto é um novo lugar de escrita e de leitura, que altera a materialidade do texto e abre possibilidades para articularmos nossas idéias de forma não linear e a partir de múltiplas conexões.
A rede remeteu à ambientes digitais, ciber espaço. A própria internet é denominada rede.
Ambiente sem fronteira e espaço- atemporais imersos em uma navegação na web.
Na escrita digital do hipertexto o escritor ou “os escritores” disponibilizam diferentes conteúdos ao leitor que de maneira particular definam seu percurso escolhe seus caminhos de leitura.
De forma surpreendente, na segunda metade do sec. XX, quando seria de esperar que, face ao progresso acelerado e à especialização exponencial do conhecimento movimento impresso se visse condenado a desaparecer, adotasse uma forma exclusivamente especializada ou sucumbisse ao esforço de uma atualização constante e vertiginosa, assistimos, não apenas ao renovar do interesse pelo impresso, como ao revigorar da sua figura, ao reorganizar da suas estruturas ao repensar dos seus propósitos.

domingo, 16 de setembro de 2012

O que é usabilidade




“Não é o que considera sobre o seu site que conta,
mas sim o que os utilizadores pensam dele.”
Jakob Nielsen


Mas afinal o que é usabilidade?


Usabilidade é sinônimo de maior flexibilidade e de maior interação; característica daquilo que é utilizável, funcional. É tornar óbvio o óbvio, tendo em conta as necessidades do utilizador e o contexto em que este está inserido.


Se o modo de usar” não é óbvio, o problema é do design, da usabilidade:  Botões e informações nos devidos locais com sua hierarquia de importância; cores e diagramação intuitivas e adequadas; comportamento adequado ao público. Isto é usabilidade em acção. Quando um produto é usável, nem se pensa no conceito de usabilidade. O problema está quando o produto não se adequa ao utilizador (uma
cadeira desconfortável, uma jarra mal desenhada, um pacote difícil de abrir).

A usabilidade é um caminhar progressivo em direção ao utilizador e não o contrário.


Na internet a usabilidade não basta, mas corresponde a uma boa parte do caminho.  Pegando no exemplo de uma loja online é tão simples quanto isto: se um internauta não encontra um produto, não o compra. Fazer com que o utilizador encontre o que procura é usabilidade em ação.



Um site tem, numa perspectiva optimista, entre 10 a 15 segundos para convencer, por isso todos os elementos da página precisam de ser avaliados, pesados, medidos em termos de impacto. As páginas precisam de carregar rapidamente (este fator é um dos mais apontados como fulcrais no sucesso ou insucesso do site) e todos os elementos gráficos precisam de ser optimizados (tamanho, qualidade, interesse). Será que todas as imagens são necessárias? Será que as animações em flash se justificam sempre? Casos a pensar e a pesar.


Uma imagem pode valer mil palavras, mas também mil interpretações diferentes e uns tantos clicks de desistência. O tempo é um bem escasso e caro. Se a demora for muita, o utilizador vai procurar outro site, oferta é o que não falta na rede. As preocupações do utilizador comum prendem-se com dinheiro e tempo e estar online significa gastar impulsos telefônicos e tempo.

Esteja em busca de informação ou de entretenimento as preocupações do utilizador são se o site vai demorar a abrir; se vai abrir; se o browser
vai funcionar naquele site.


A par da importância da rapidez, temos o fator previsibilidade. O previsível é reconfortante, é um reconhecer de caminho. Se um texto sublinhado a azul representa para todos um link e um texto a rosa um link visitado para quê mudar? Não há razões estéticas que justifiquem por si só a alteração de esquemas mentais adquiridos, de práticas interiorizadas.


Quer nos anos 80 e quer nos primórdios internet, a atenção estava centrada no utilizador especializado e na máquina. Hoje, em virtude da estabilização dos preços e da qualidade das máquinas, a atenção está centrada no utilizador muitas vezes pouco familiarizado com o universo informático.

Em regra o utilizador comum não está familiarizado com interfaces computacionais, tem pouquíssimo tempo para aprender como funciona cada site e está conectado através de um sistema de baixíssima velocidade. Se num utilizador quase profissional, pequenas alterações não fazem a diferença, pois rapidamente se adapta, num internauta “novato” e ainda inseguro pequenas mudanças podem provocar muitas resistências e muitas
desistências. Conversar com um utilizador "novato" facilita a percepção das dificuldades de navegação. As melhorias e os ajustes do esquema de navegação dependem (devem depender) do modo como o utilizador comum usa o site. O contacto com utilizadores “reais” através de conversas, questionários, registo de acessos é imprescindível. Desta interação, deste feedback nasce um site realmente amigável.

O utilizador tem a possibilidade de alterar alguns parâmetros de visibilidade da página no seu browser. As características próprias das diferentes plataformas podem alterar a exibição de cor e a correcção gama (brilho e contraste).


Referências bibliográficas: Usabilidade e comunicação na internet, http://www.seara.com/fotos/editor2/usabilidade.pdf