Será o hipertexto um novo espaço da escrita?
O termo hipertexto foi cunhado por Theodor H. Nelson nos anos 1960 e foi pensado para uma nova tecnologia informática. Caracteriza-se por ser um texto não-sequencial, que deixa o leitor livre para “seguir” seu próprio caminho de leitura.
Esses “nexos” são um modo de ligar um texto a outro, podendo ser parte dele mesmo (mais a frente ou mais atrás) ou um texto externo. Essa técnica é aplicada também na literatura, mas talvez sua versão mais “popular” esteja na internet com os chamados hiperlinks, que ligam uma página da internet à outra. Outra variante bastante aplicada é a hipermídia ou mídias sobrepostas, que é a ligação entre mídias diferentes: imagens, textos, vídeos, som, hiperlinks e hipertextos.
Esse novo tipo de texto foi considerado revolucionário, pois, não há um início ou um fim demarcado, tornando o texto não-linear e não-sequencial, uma vez que quem escolhe por onde começar e terminar é o próprio leitor. Essa possibilidade, potencializada pelas ferramentas da internet, dá ao leitor a condição de reatividade, uma vez
que é ele quem “faz” o texto final, indo de nó em nó de acordo com sua experiência de vida e seus interesses específicos. O fim, para o leitor, é quando ele encerra a leitura. O início (para o leitor, pelo menos) é por onde ele começou a leitura, independentemente se for ou não por onde o autor começou a escrever o texto.
Isso muda a relação de “hierarquia” existente entre leitor e o autor existente na mídia impressa, onde o escritor indicava o caminho e o leitor seguia sua linearidade.
Hipertextualidade, multimidialidade e interatividade: três características que distinguem o Jornalismo Online
Maria José Baldessar, Thomas Michel Antunes, Gabriel Luis Rosa (Universidade Federal de Santa Catarina)
Quais são os desafios dessa nova forma de escrever?
Em que medida o hipertexto afeta os papéis de autor e leitor?
Qual o futuro do texto tradicional em relação ao hipertexto?
O hipertexto é um novo lugar de escrita e de leitura, que altera a materialidade do texto e abre possibilidades para articularmos nossas idéias de forma não linear e a partir de múltiplas conexões.
A rede remeteu à ambientes digitais, ciber espaço. A própria internet é denominada rede.
Ambiente sem fronteira e espaço- atemporais imersos em uma navegação na web.
Na escrita digital do hipertexto o escritor ou “os escritores” disponibilizam diferentes conteúdos ao leitor que de maneira particular definam seu percurso escolhe seus caminhos de leitura.
De forma surpreendente, na segunda metade do sec. XX, quando seria de esperar que, face ao progresso acelerado e à especialização exponencial do conhecimento movimento impresso se visse condenado a desaparecer, adotasse uma forma exclusivamente especializada ou sucumbisse ao esforço de uma atualização constante e vertiginosa, assistimos, não apenas ao renovar do interesse pelo impresso, como ao revigorar da sua figura, ao reorganizar da suas estruturas ao repensar dos seus propósitos.
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